O que emerge depois do fim? Caminhos e contradições do rap brasileiro

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Acauam Silvério de Oliveira

Resumen

Ao romper com as bases de representação do imaginário nacional que conferiam sentido simbólico e ideológico à MPB, o rap torna a dissolução do horizonte cultural que orientava parte da sociedade brasileira seu ponto de partida. Aquilo que para MPB representou uma crise profunda - a ponto do compositor Chico Buarque afirmar que o modelo de canção que a sua geração havia consolidado provavelmente teria chegado ao fim –, é o ponto de partida do rap nacional. Dessa maneira, o rap consegue transfigurar em matéria formal aquilo que o Brasil havia efetivamente assumido enquanto projeto político: um verdadeiro campo de extermínio a céu aberto, que tem como aspecto decisivo a produção e a gestão da violência. O presente artigo é uma tentativa de acompanhar os desdobramentos desse modelo de sobrevivência periférico desde sua consolidação até seus mais recentes desdobramentos.

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